Como funcionam as camuflagens?
- Blog ThaBel
- 20 de jul. de 2018
- 3 min de leitura

ENGANANDO OS OLHOS
Guy Cramer é CEO da Hyperstealth Biotechnology Corp. (fabricante canadense de uniformes militares de camuflagem) e explicou um pouco, em uma entrevista, sobre como funcionam os padrões de camuflagens. A camuflagem digital tenta, na verdade, usar ilusões de óptica avançadas para confundir o cérebro e fazê-lo não notar o alvo, e não simplesmente “se misturar” à paisagem ao redor. “Você não pode simplesmente passar tinta em um muro e chamar isso de camuflagem”, ele diz. “Nós não necessariamente tentamos criar padrões aleatórios. Nós queremos que o cérebro interprete padrões como parte do plano de fundo”.
Alcançar esse tipo de ilusão de óptica é difícil. Isso envolve ideias sobre a ciência das cores, a anatomia do olho humano e até mesmo a logística da criação de padrões – e ainda assim não é algo perfeito. Vamos pegar uma das maiores deficiências do UCP, o padrão digital fracassado do exército: a escala dos padrões pixelados.

Toda camuflagem digital tem duas camadas: o micropadrão (os pixels) e o macropadrão (as formas criadas pelos pixels). Se as manchas macro forem muito pequenas, como são no UCP, isso ativa um fenômeno óptico chamado isoluminância, interpretando um padrão de camuflagem cuidadosamente construído como uma superfície de cor clara.
Em outras palavras, isso torna mais fácil vê-lo à distância, exatamente o oposto do que se espera da camuflagem. E isso era um dos maiores problemas no UCP.
E quanto à cor? Em 2004, quando o exército apresentou o UCP, foi revelado que não havia mais a cor preta na camuflagem do exército americano – ela não ocorre na natureza, explicavam os oficiais. Mas Cramer discorda completamente: preto e marrom são essenciais para imitar sombras. O padrão finalista de Cramer para os Esforços de Aperfeiçoamento de Camuflagem inclui algo chamado “luminância limite”, uma fina linha preta ao longo dos macro e micro padrões, que enganam os olhos a verem formas 3D:

ESCALAS
É importante que a camuflagem “quebre” os contornos do corpo do soldado em pontos cruciais, como o pulso, o joelho e o tornozelo.

Tal qual as listras de um tigre, que correm perpendiculares a seus membros, essas “quebras” visuais ajudam a disfarçar a anatomia de um alvo humano. Mas quando um rolo de tecido camuflado é cortado em milhões de uniformes, pode ser difícil prever onde essas quebras irão terminar.

Da mesma forma, nossos cérebros são muito bons em reconhecer padrões — se nós vemos a mesma forma duas vezes, nós ficamos instantaneamente alertas de que algo está acontecendo. Então é muito importante para um uniforme que os lados direito e esquerdo nunca combinem. “Muitos padrões têm esse problema”, diz Cramer. “O cérebro vai ver uma anomalia no lado direito do peito e, caso veja um padrão muito similar no lado esquerdo do peito, ele liga os pontos imediatamente e entende: estou vendo a parte de cima de um corpo humano“.
O sucesso de Cramer vem, em parte, de sua habilidade de projetar padrões que cumprem todos esses critérios complexos. Ele é um pioneiro do design de camuflagem com algoritmos: em vez de confiar em seu próprio cérebro para criar padrões, ele escreve programas que geram fractais verdadeiramente geométricos. Fractais são padrões matemáticos que se repetem em qualquer escala.

Sem uma referência de escala, nossos olhos não conseguem diferenciar entre o fractal e o plano de fundo.
Esse é o motivo dos padrões de Cramer serem usados em tudo, de armas a helicópteros (sem mencionar os 2,5 milhões de uniformes): por não terem escala, eles escondem objetos pequenos (como humanos) ou grandes (como edifícios).
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